Autobiografia Autorizada monólogo de Paulo Betti.
Mundo das Letras
Criado para professores, alunos e simpatizantes de língua e literatura...
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
Olá, galera!!! Este é o texto de memórias literárias vencedor da Olimpíada de 2010, da aluna Eduarda. Vamos conhecer um pouco do que ela nos conta?!
Aluna: Eduarda Moura Pinheiro
Professora: Elisângela Oliveira Silva de Araújo
Escola: E. M. E. F. Francisca Rita de Cássia Lima Pinto; Cruzeiro do Sul – AC
Não quero esquecer aquele cantinho só meu, cheio de vida, de sons e de cores que há muito tempo só existe em minha memória: a casinha de tábua onde morávamos; o fogão a lenha num dos cantos da cozinha, que tisnava tudo, manchando de preto narizes, paredes e o teto de palha; a casa de farinha – lugar de suplício para mim, que odiava lavar mandioca –, e a densa floresta ao redor, interrompida por pequenos roçados, de onde papai e mamãe tiravam, com muita dificuldade, o sustento da família...
Ali, meus velhos só viviam para o trabalho. E aos sábados, que nem burrinhos de carga, lotados de cestas, iam ao antigo mercado vender o que colhiam na lavoura e comprar o rancho, como denominavam a feira semanal.
Eu, menina levada, e minhas três irmãs, apesar dos trabalhos que éramos obrigadas a fazer (“pastorar” arroz, raspar e lavar mandioca, arrancar ervas daninhas dos roçados), nos divertíamos também. Brincávamos de casinha, de esconde-esconde e, às vezes, quando papai nos mandava pastorar o plantio do arroz, para enxotar passarinhos, nós aproveitávamos para jogar pedrinha – diversão arriscada, que papai nem sonhava acontecer! Por isso quando víamos vir em direção do roçado, começava a gritaria desenfreada: “Xô, passarinho, xô!”.
Mas eu gostava mesmo era de ir ao roçado sozinha, porque ali procurava um galho de alguma árvore caída e passava a tarde me balançando e cantando o mais alto que eu podia. Eu adorava cantar e achava que estava abafando! Gostava de ouvir o eco da minha voz mata adentro...
Porém, as lembranças que mais me emocionam são da natureza e da simplicidade da vida naquele recanto: os riachos de água límpida e fria, onde passávamos parte do tempo nos banhando, mesmo a contragosto de nossos pais; as plantinhas de cores variadas, cheias de besouros coloridos; as espigas de milho, que para mim eram bonecas de cabelos lindos – cor-de-rosa, amarelinho, esverdeado...; os passarinhos diversos: rolinhas, curiós,
beija-flores, sanhaços e outro montão de que nem me lembro mais os nomes. Nunca me esqueci do canto da passarada ao amanhecer: era trinado sem fim, uma festa diária na mata. Durante o dia, o céu limpinho me parecia ter sido varrido por alguém, assim como eu varria o terreiro. Santa inocência!
E as noites de verão? Como me encantavam as sombras das árvores que a lua cheia projetava no terreiro, onde ficávamos até mais tarde observando as estrelas, contando-as, nomeando-as, e elas me pareciam mais numerosas que hoje, penduradas no céu como enfeites de árvore de Natal... De repente, aquele estado de contemplação era interrompido por um tiro no meio da mata. Era uma armadilha de papai anunciando que havia paca ou tatu para o almoço de domingo. E lá se ia meu velho herói, portando um terçado, uma lanterna a pilha, e acompanhado de um vira-lata corajoso em busca de caça já agonizante. Tempos bons aqueles!
Mas, hoje, só saudades... Daquele lugar mágico, que minha memória resgata com tanta vivacidade, só vejo breves resquícios, prestes a se desfazerem também. Aquela exuberância em verde e vida de toda a natureza ao redor foi apagada em nome do progresso. Pouco a pouco, o verdor da floresta foi sendo engolido pela motosserra, as águas, lambidas pelo fogo, as matas tombaram e cederam lugar a ruas, casas, igrejas, escolas, pastos... E eu, impotente, assisti a tudo, dando a cada dia um novo adeus lacrimejante a algum elemento que se ia embora, sem chance de regresso.
Mataram-me a mata e parte da minha história, destruíram meus castelos de sonho, e nada pude fazer para impedir. Aquele mundo encantado, que existiu concretamente, e ficava aqui em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, agora é abstrato, só existe em minha memória.
(Texto baseado na entrevista feita com a sra. Elisângela Oliveira Silva de Araújo, 31 anos.)
Professora: Elisângela Oliveira Silva de Araújo
Escola: E. M. E. F. Francisca Rita de Cássia Lima Pinto; Cruzeiro do Sul – AC
Não quero esquecer aquele cantinho só meu, cheio de vida, de sons e de cores que há muito tempo só existe em minha memória: a casinha de tábua onde morávamos; o fogão a lenha num dos cantos da cozinha, que tisnava tudo, manchando de preto narizes, paredes e o teto de palha; a casa de farinha – lugar de suplício para mim, que odiava lavar mandioca –, e a densa floresta ao redor, interrompida por pequenos roçados, de onde papai e mamãe tiravam, com muita dificuldade, o sustento da família...
Ali, meus velhos só viviam para o trabalho. E aos sábados, que nem burrinhos de carga, lotados de cestas, iam ao antigo mercado vender o que colhiam na lavoura e comprar o rancho, como denominavam a feira semanal.
Eu, menina levada, e minhas três irmãs, apesar dos trabalhos que éramos obrigadas a fazer (“pastorar” arroz, raspar e lavar mandioca, arrancar ervas daninhas dos roçados), nos divertíamos também. Brincávamos de casinha, de esconde-esconde e, às vezes, quando papai nos mandava pastorar o plantio do arroz, para enxotar passarinhos, nós aproveitávamos para jogar pedrinha – diversão arriscada, que papai nem sonhava acontecer! Por isso quando víamos vir em direção do roçado, começava a gritaria desenfreada: “Xô, passarinho, xô!”.
Mas eu gostava mesmo era de ir ao roçado sozinha, porque ali procurava um galho de alguma árvore caída e passava a tarde me balançando e cantando o mais alto que eu podia. Eu adorava cantar e achava que estava abafando! Gostava de ouvir o eco da minha voz mata adentro...
Porém, as lembranças que mais me emocionam são da natureza e da simplicidade da vida naquele recanto: os riachos de água límpida e fria, onde passávamos parte do tempo nos banhando, mesmo a contragosto de nossos pais; as plantinhas de cores variadas, cheias de besouros coloridos; as espigas de milho, que para mim eram bonecas de cabelos lindos – cor-de-rosa, amarelinho, esverdeado...; os passarinhos diversos: rolinhas, curiós,
beija-flores, sanhaços e outro montão de que nem me lembro mais os nomes. Nunca me esqueci do canto da passarada ao amanhecer: era trinado sem fim, uma festa diária na mata. Durante o dia, o céu limpinho me parecia ter sido varrido por alguém, assim como eu varria o terreiro. Santa inocência!
E as noites de verão? Como me encantavam as sombras das árvores que a lua cheia projetava no terreiro, onde ficávamos até mais tarde observando as estrelas, contando-as, nomeando-as, e elas me pareciam mais numerosas que hoje, penduradas no céu como enfeites de árvore de Natal... De repente, aquele estado de contemplação era interrompido por um tiro no meio da mata. Era uma armadilha de papai anunciando que havia paca ou tatu para o almoço de domingo. E lá se ia meu velho herói, portando um terçado, uma lanterna a pilha, e acompanhado de um vira-lata corajoso em busca de caça já agonizante. Tempos bons aqueles!
Mataram-me a mata e parte da minha história, destruíram meus castelos de sonho, e nada pude fazer para impedir. Aquele mundo encantado, que existiu concretamente, e ficava aqui em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, agora é abstrato, só existe em minha memória.
(Texto baseado na entrevista feita com a sra. Elisângela Oliveira Silva de Araújo, 31 anos.)
domingo, 7 de agosto de 2016
Oi, meninos e meninas!!! Vamos conhecer um texto de memórias?!
Transplante de menina
Tatiana Belinky
[...] Depois do almoço, continuávamos
o nosso turismo carioca. Papai e mamãe, mais o primo — feliz proprietário de
uma “baratinha” — nos levavam, todos empilhados, a passear pela cidade do Rio
de Janeiro. E foi assim que ficamos conhecendo o Morro da Urca e o Pão de
Açúcar — ai, que emoção — pelo funicular, o “bondinho” pendurado entre aqueles
enormes rochedos. E de onde se descortinava uma vista empolgante, só superada
pela paisagem de tirar ainda mais o fôlego que se estendeu diante de nossos
olhos, quando subimos — passageiros de outro trenzinho incrível, quase vertical
— ao alto do Corcovado. Ali ainda não se erguia a estátua do Cristo Redentor,
que é hoje o cartão-postal do Rio de Janeiro. Mas me parece que o panorama era,
por estranho que pareça, bem mais “divino” ao natural, sem ela.
Fomos passear
também na Gávea e na Avenida Niemeyer, ainda bastante deserta, e na Tijuca, com
a sua floresta e a sua linda Cascatinha. “Cascatinha”, por sinal, era o nome da
cerveja que papai tomava com muito gosto, enquanto nós, crianças, nos
amarrávamos num refrigerante incrível que tinha o estranho nome de Guaraná.
Não deixamos de
passear pelo centro da cidade, na elegantíssima Rua do Ouvidor, e na muito
chique Cinelândia, em frente ao Teatro Municipal e suas escadarias, com seus
bares e sorveterias na calçada. E, claro, na Avenida Rio Branco, reta, larga, e
imponente, embicando no cais do porto, por onde chegamos ao Brasil pela
primeira vez.
E foi nessa Avenida
Rio Branco que tivemos a nossa primeira impressão — e que impressão! — do
carnaval brasileiro. Eu já tinha ouvido falar em carnaval: na Europa, era
famoso o carnaval de Nice, na França, com a sua decantada batalha de flores; e
o carnaval de Veneza, mais exuberante, tradicional, com gente fantasiada e
mascarada dançando e cantando nas ruas. E havia também os luxuosos, e acho que
“comportados”, bailes de máscaras, em muitas capitais europeias. Eu já ouvira
falar em fasching, carnevale, Mardi Gras — vagamente. Mas o que eu vi, o que
nós vimos, no Rio de Janeiro, não se parecia com nada que eu pudesse sequer
imaginar nos meus sonhos mais desvairados.
Aquelas multidões
enchendo toda a avenida, aquele “corso” — o desfile interminável e lento de
carros, para-choque com para-choque, capotas arriadas, apinhados de gente
fantasiada e animadíssima. Todo aquele mundaréu de homens, mulheres, crianças,
de todos os tipos, de todas as cores, de todos os trajes — todos dançando e
cantando, pulando, saracoteando, jogando confetes e serpentinas que chegavam literalmente
a entupir a rua e se enroscar nas rodas dos carros... E os lança-perfumes, que
que é isso, minha gente! E os “cordões”, os “ranchos”, os “blocos de sujos” — e
todo o mundo se comunicando, como se fossem velhos conhecidos, se tocando,
brincando, flertando — era assim que se chamavam os namoricos fortuitos, a
paquera da época —, tudo numa liberdade e descontração incríveis, especialmente
para aqueles tempos tão recatados e comportados... Tanto que, ainda vários anos
depois, uma marchinha carnavalesca falava, na sua letra alegremente
escandalizada, da “moreninha querida... que anda sem meia em plena avenida”.
Ah, as marchinhas,
as modinhas, as músicas de carnaval, maliciosas, buliçosas e engraçadas,
algumas até com ferinas críticas políticas... E os ritmos, e os instrumentos —
violões, cuícas (coisa nunca vista!), tamborins, reco-recos...
E finalmente,
coroando tudo, as escolas de samba, e o desfile feérico dos enormes carros
alegóricos das sociedades carnavalescas — coisa absolutamente inédita para nós
— com seus nomes esquisitos, “Fenianos”, “Tenentes do Diabo” — cada qual mais
imponente, mais fantástico, mais brilhante, mais deslumbrante, mais mirabolante
— e, para mim, nada menos que acachapante!
E pensar que a
gente não compreendia nem metade do que estava acontecendo! Todo aquele
alarido, todas aquelas luzes, toda aquela agitação, toda aquela alegria
desenfreada — tudo isso nos deixou literalmente embriagados e tontos de
impressões e sensações, tão novas e tão fortes que nunca mais esqueci aqueles
dias delirantes. Vi muitos carnavais depois daquele, participei mesmo de
vários, e curti-os muito. Mas nada, nunca mais, se comparou com aquele primeiro
carnaval no Rio de Janeiro, um banho de Brasil, inesquecível...
Transplante de
menina. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2003.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Olhos fechados
Pra te encontrar
Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá
Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá
Longe daqui
Longe de tudo
Meus sonhos vão te buscar
Volta pra mim
Vem pro meu mundo
Eu sempre vou te esperar
Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá
Link: http://www.vagalume.com.br/paralamas-do-sucesso/aonde-quer-que-eu-va.html#ixzz3OF2YOhr9
Pra te encontrar
Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá
Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá
Longe daqui
Longe de tudo
Meus sonhos vão te buscar
Volta pra mim
Vem pro meu mundo
Eu sempre vou te esperar
Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá
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terça-feira, 18 de novembro de 2014
A LINGUAGEM VIRTUAL : DO INTERNETÊS AO PORTUGUÊS
Artigo por Eleonora Campos Teixeira
“Os idiomas são palco de mestiçagem e de interculturalidade (...)” - John Robert Schmitz
O uso da comunicação através da Internet acabou por desenvolver a necessidade de uma linguagem própria, que satisfizesse o universo cibernético. A rapidez do que se quer dizer, assim como, o fato de se comunicar com várias pessoas ao mesmo tempo, possibilitou a criação de uma linguagem especifica que favorecesse as relações. Muitos veem essa linguagem ampla utilizada pelos usuários na Internet, como uma das formas de comunicação existentes e que deve ser reconhecida como tal. Outros consideram tal linguagem um fator de empobrecimento da gramática e da forma de comunicação. Não podemos deixar de enfatizar que a comunicação virtual é singular sendo utilizada por um grupo que instituiu uma linguagem própria. O interlocutor lança mão de vários recursos linguísticos para convencer o outro do que se quer dizer. Na verdade esse tipo de linguagem é uma forma encontrada por um grupo, de interagir uns com os outros de um modo próprio. Afinal, o real motivo da existência dessa linguagem foi o de criar abreviações que acompanhassem a velocidade do pensamento tal qual a oralidade. Porém devemos entender o “internetês” como uma forma de discurso, mas não somente a única. A linguagem virtual toma emprestados vocábulos do inglês para dar vida a uma forma específica de comunicação. Como afirma GALLI:
O aparecimento de uma linguagem universal, no seu sentido amplo, é um dos aspectos mais importantes da globalização. Assim, o inglês acabou fixando-se nessa linguagem, envolvendo, também, a padronização das palavras e dos conceitos sociais.
Entretanto, não podemos esquecer que o uso permanente desse tipo de linguagem acaba por comprometer a escrita significativamente. Observamos que até mesmo na graduação o aluno se habituou ao uso do “internetês”. A coisa ocorre tão naturalmente que muitos estudantes não conseguem estabelecer o momento apropriado para o uso dessa forma de comunicação. Eles a empregam em suas construções como uso de abreviações e expressões informais que são utilizadas como ferramentas a todo o tempo no lugar de uma escrita cuidada. Todo esse hábito gera um vício que passa a fazer parte do universo do internauta que acaba por importar para seu cotidiano. Quando percebem, já estão usando esse tipo de linguagem nos textos acadêmicos, nas mensagens de celular, nas redes sociais, nos bilhetes diários...
Como todo vício, que por tanto tempo praticado se torna a cada dia mais difícil de ser dissipado, essa forma de grafar as palavras e se comunicar acaba por comprometer efetivamente a comunicação, até porque em alguns momentos há uma certa dificuldade no entendimento do sentido real do que se quis dizer, principalmente para aqueles que não estão familiarizados com o ambiente virtual. Sabemos que a pressa peculiar dos jovens contribuiu para a criação desse tipo de linguagem que é usada como facilitador entre os grupos de internautas. Com isso percebemos que nem todo tipo de linguagem pode ser explicado pelas normas gramaticais.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/21967/a-linguagem-virtual#ixzz3JRraPuzN
Língua
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E um profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
Minha pátria é minha língua
Fala Mangueira
Fala!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
o que pode
Esta língua
Link: http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/lingua.html#ixzz3JRkac1qu
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E um profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
Minha pátria é minha língua
Fala Mangueira
Fala!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
o que pode
Esta língua
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